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Saúde financeira do condomínio pede cuidados no segundo semestre

Com pagamento de 13º salário aos funcionários, gastos crescem e impactam contas de prédios; revisão de contratos antigos e manutenção de sistemas são sugestões de síndicos

 

A recessão da economia e as altas taxas de desemprego abalaram o bolso dos condôminos nos últimos anos e vêm forçando síndicos a cortarem gastos e otimizarem a gestão dos recursos para garantir o equilíbrio das contas.De práticas comuns como economizar energia a necessidades mais burocráticas como renegociação de contratos, o desafio é identificar o que pode ser ajustado e, de centavo em centavo, tentar aliviar o orçamento para reduzir o valor repassado mensalmente para os moradores.
De acordo com o presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), José Roberto Graiche Júnior, a tendência é que os síndicos optem por uma gestão mais conservadora dos recursos nesse momento em que as famílias também estão controlando mais os gastos domésticos. Assim, o foco é a folha de pagamento dos funcionários, que consome de 55% a 65% do orçamento de um condomínio.
“O segredo é manter uma equipe enxuta, mas com boa produtividade. Começando com uma organização eficiente dos horários de cada funcionário, para evitar que façam hora extra”, diz ele.
Outra dica é mirar novas tecnologias, como equipamentos que consomem menos energia e cuja manutenção dure mais.
Na área de manutenção, no entanto, Graiche Júnior deixa o alerta para não se exagerar na economia, uma vez que uma conservação não feita ou mal feita pode custar mais caro no futuro.

De olho na inadimplência

Inimiga dos síndicos, a inadimplência é um desafio antigo que aos poucos se estabiliza. No primeiro semestre deste ano, o índice médio de inadimplência nos condomínios do Estado de São Paulo caiu ao menor patamar desde 2004: 2,9%, de acordo com o levantamento do Índice Periódico de Mora e Inadimplência Condominial da AABIC.
 
Ainda que o índice tenha caído, é no segundo semestre quando os condomínios costumam ficar mais endividados, alerta a gerente de relacionamento da administradora Lello, Angelica Arbex. “Temos percebido que no primeiro semestre 10% dos condomínios gastam mais do que arrecadam. Mas nos últimos seis meses, especialmente no último trimestre, esse número sobe para 20%.
 
Os condomínios que fazem o provisionamento e o rateio dessas despesas costumam ter menos ou quase nenhum problema nessa época.”Segundo ela, o provisionamento orçamentário deve colocar na ponta do lápis itens como o aumento do consumo de energia e água no verão, os reajustes contratuais e os dissídios de funcionários.
 
É com foco no monitoramento do consumo e na revisão dos contratos que o síndico profissional Rogério Cippiciani faz com que os moradores do edifício Platinum Jardim Guedala, na zona sul de São Paulo, não vejam aumento na taxa mensal de condomínio há dois anos.
 
Os gastos extras que geralmente aparecem no segundo semestre são calculados por ele no início do ano.Os aumentos provisionados para este ano foram de 6,8% das contas habituais, mas Rogério conseguiu economizar 10% apenas em renegociações de contratos.
 
“O contrato dos elevadores reduziu quase R$ 800 mensais. Outra ideia que eu tive foi encerrar o contrato do portão da garagem porque não havia necessidade de ter uma visita da empresa todo mês. A dica é fazer uma análise do que vai aumentar, definir uma meta para o ano e tentar localizar nos contratos onde dá para reduzir os gastos.”
 
O sistema elétrico é outra opção para quem precisa fazer reajustes no orçamento. A troca de lâmpadas incandescentes e fluorescentes pelas de LED – mais econômicas -, o investimento em sensores de presença e a atualização de toda a rede de fiação até a parte eletrônica do sistema podem resultar em uma redução de quase 80% nas contas de luz, como foi o caso do edifício Jorge Flores, no bairro Cerqueira César, zona oeste paulistana, gerido pelo síndico profissional Edison Edgar Lamboglia.
 
otimização do consumo no inverno é outra possibilidade de economia. No edifício Camburi, que fica na Vila Guarani, zona sul, uma das soluções para reduzir os gastos e diminuir a cota mensal é desligar o aquecedor da piscina na estação mais fria, o que gera uma economia de R$ 1.600 por mês.
 
“Essa redução me garante um fundo de reserva caso haja algum imprevisto ou erro no provisionamento”, diz o síndico Luiz Fernando, que atacou também as despesas com folha de pagamentos ao instalar uma portaria remota. Foram R$ 240 a menos por mês para cada morador.
 
 

DICAS PARA ECONOMIZAR

  1. Trocar lâmpadas comuns por lâmpadas de LED
  2. Instalar sensores de presença nos sistemas de iluminação
  3. Desligar o aquecedor da piscina no inverno (quando pouca gente usa) ou mesmo interditar a área da piscina nesses meses
  4. Trocar sistemas velhos, que consomem energia e geram muita manutenção, por sistemas mais novos
  5. Verificar mensalmente se há vazamentos de água nas instalações e nos apartamentos
  6. Fazer pesquisa de mercado em busca de fornecedores com preços mais competitivos
  7. Negociar contratos antigos com fornecedores pedindo descontos, tendo em mãos os preços da concorrência
  8. Combater a inadimplência dos moradores para garantir as contas em dia, enviando circulares e eventualmente acionando um advogado
  9. Ajustar a carga horária dos funcionários, para que não façam horas extras
  10. Fazer planejamento orçamentário no início do ano já prevendo os gastos maiores do segundo semestre
  11. Fazer campanhas de conscientização para economia de água e luz com os moradores
Fonte: Estadão

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