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Vazamento de gás pode ser a causa falecimento de família em condomínio de Santo André-SP

Família é encontrada morta em apartamento no ABC Paulista.

Polícia suspeita que óbitos estejam associados à asfixia por inalação de monóxido de carbono resultante da queima de gás do aquecedor. Caso lembra fatalidade de brasileiros no Chile.

 
Quatro pessoas de uma mesma família foram encontradas mortas neste domingo (14/07/2019) em um apartamento na rua Haddock Lobo, na Vila Bastos, em Santo André (SP).
 
A polícia ainda investiga o motivo dos óbitos, mas, por não identificar sinais de arrombamento no imóvel, a suspeita é de que todos tenham falecido em decorrência de asfixia por inalação de gás.
 
A tragédia lembra o falecimento de uma família brasileira no Chile, em junho, vítima de intoxicação de gás.

As suspeitas do delegado responsável pelo caso, Roberto von Haydin, são de que o aquecedor a gás do apartamento tenha provocado as mortes.
 
A polícia não identificou uma chaminé acoplada ao aparelho e observou que as janelas estavam todas fechadas.
 
No apartamento, a perícia não encontrou sinais de arrombamento ou violência aos pontos de acesso ao imóvel.

Os quatro foram encontrados mortos pela irmã de um dos moradores, vizinha dos parentes.
 
Dois adultos, um adolescente e uma criança com ascendência oriental foram identificados sem vida quando a polícia chegou.
 
Uma mulher adulta estava no banheiro, dentro do box, com o chuveiro ainda ligado. No sofá, se encontravam um homem adulto e uma criança. Em um dos quartos, havia uma adolescente. 

A perícia acredita que as mortes ocorreram entre sexta-feira, quando a família voltou de uma viagem à Disney, e sábado.
 
O problema, suspeita a polícia, pode ter sido ocasionado no chuveiro. A concentração de monóxido de carbono resultante da queima do gás do aquecedor, sem a ventilação correta para expulsar a toxina, pode ter levado os quatro a óbito.
 

Fatalidade no condomínio do Chile

 
O caso lembra o da morte da família Souza e Kruger, em que seis brasileiros foram encontrados sem vida em um apartamento em Santiago, no Chile.
 
O imóvel havia sido alugado para comemorar o aniversário de uma das vítimas, que completaria 15 anos.
 
A suspeita de bombeiros chilenos era de que os óbitos teriam ocorrido devido a um vazamento de monóxido de carbono resultante de gás natural.

A morte da família é investigada no Chile pelos Carabineiros — o equivalente à Polícia Militar de Santiago — como negligência.
 
O apartamento alugado estava sem vistoria há 15 anos, segundo reportagens da imprensa local.
 
Uma das vítimas telefonou para a corporação informando que todos estavam passando mal e pediram por ajuda. O socorro não chegou, alegando não ter encontrado o endereço. Horas depois, foram encontrados todos mortos.
 

Família de Santo André

A perícia preliminar realizada no apartamento indica que o casal e os dois filhos, um de 3 anos e outro adolescente, tiveram mortes simultâneas.
 
A polícia suspeita que eles morreram após asfixia por monóxido de carbono, que afeta o corpo em poucos minutos.
 
O aquecedor de gás do apartamento, localizado no 12º andar, estava sem chaminés.

Uma medição feita pela perícia indiciou que havia mais monóxido de carbono do que o tolerável no apartamento. 

Hipótese mais provável

A hipótese mais provável é que, sem o cano e a chaminé, o monóxido de carbono proveniente da queima tenha sido lançado para dentro do apartamento.

Polícia suspeita que família morreu asfixiada por gás do aquecedor em Santo André

Segundo médicos, se as janelas do apartamento estivessem abertas, a família teria tido chance de sobreviver.

O pai, Roberto Utima, de 46 anos, foi encontrado deitado no sofá com o filho Enzo, de 3 anos no peito.

A mãe, Katia, estava caída do box com o chuveiro ligado. A filha adolescente, Barbara, estava na cama.

Um passarinho da família também faleceu.

“Se você dispõe de um equipamento que faz uma queima, ele tem que estar em um local adequado, com ventilação permanente, e os gases provenientes desta queima têm que ser levados ao exterior da residência através de um duto, o duto de exaustão”, afirma o tenente André Elias, do Corpo de Bombeiros.

Os kits para exaustão de gás são vendidos em lojas de materiais de construção por preços entre R$ 60,00 e R$ 70,00.

A Associação Brasileira de Aquecedores a Gás diz que “os dutos de exaustão de aparelhos projetados com essa estrutura precisam estar corretamente instalados e em bom estado de conservação, para garantir que o gás sejam levados para fora“.

Sem exaustor

Segundo o síndico do prédio, que mora no local há quase 20 anos, a construtora entregou as unidades com sistema de aquecimento elétrico.

Há dez anos, alguns moradores optaram pela conversão. Foi quando foi constatado que o apartamento de Roberto já tinha aquecedor a gás abastecido por um botijão – sem sistema de exaustão.

Foi refeito todo o trabalho lá. Não me lembro se houve necessidade de troca de equipamento porque era GLP ou se foi feita adaptação, mas a parte de exaustão foi feita pela Comgás.

E agora, infelizmente, entrando no apartamento, entramos e detectamos que estava sem sistema de exaustão. Por quê? Não sei, não tenho como responder por isso”, afirmou o síndico, Edson Ferrari.

Como funciona

O monóxido de carbono, resultante da queima, é um gás tóxico que não tem cheiro. Quando inalado, entra na corrente sanguínea e se une à hemoglobina, que é responsável pelo transporte do oxigênio. Em alguns segundos já começa a faltar oxigênio no cérebro, com efeitos imediatos.

(Os efeitos) vão depender da concentração a que é exposta o indivíduo. Têm alguns sintomas antes: começam a ter sintomas como turvação visual, cansaço, náusea, umas podem chegar a vomitar (…) e, conforme a concentração vai subindo, sintomas neurológicos vão se agravando, evoluindo para coma e, eventualmente, morte”, disse o toxicologista Alvaro Pulchinelli Junior.

 
 
 
Fonte: Correio Brasiliense / GloboNews

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