Guia de obras e reformas unidades autônomas em condomínios: Evite dores de cabeça e garanta a conformidade legal

Fala Time,

Gerenciar um condomínio envolve uma série de desafios, especialmente quando se trata de obras e reformas.

Seja você um síndico experiente, um zelador/gestor em busca de aprimoramento ou mesmo um condômino interessado em contribuir para a harmonia e segurança do seu lar coletivo, este guia é para você.

Mas, antes de iniciar…
é crucial que você conheça a NBR 16280:2014.

A NBR 16280:2014 – “Reforma em edificações — Sistema de gestão de reformas — Requisitos” é uma norma técnica brasileira que estabelece um sistema de gestão para reformas em edificações, abrangendo desde o planejamento até a execução, com o objetivo de garantir a segurança, a legalidade e a qualidade das intervenções.

Veja os detalhes mais importantes sobre esta norma:

I. Objetivo


Segurança: Assegurar que todas as reformas sejam planejadas e executadas de forma a garantir a segurança dos usuários, trabalhadores e vizinhos, além de preservar a integridade estrutural da edificação.

Legalidade: Garantir que as reformas estejam em conformidade com as leis e regulamentos locais, incluindo códigos de construção e normas técnicas.

Qualidade: Estabelecer padrões de qualidade para os materiais e métodos de construção utilizados nas reformas.

II. Aplicação


A NBR 16280 aplica-se a qualquer tipo de reforma em edificações, sejam elas residenciais, comerciais ou industriais, incluindo:

Alterações estruturais
Modificações que afetam a estrutura da edificação, como remoção ou adição de paredes, colunas ou vigas.

Instalações elétricas e hidráulicas
Modificações ou ampliações das instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de gás, de telecomunicações, entre outras.

Fachadas
Alterações na fachada que possam afetar a estética ou a integridade estrutural do edifício.

Acabamentos
Substituições ou instalações de novos revestimentos e acabamentos que possam influenciar na segurança ou na saúde dos ocupantes.

III. Procedimento


Planejamento
Inclui a definição do escopo da reforma, a elaboração de projetos técnicos detalhados e a obtenção de todas as autorizações necessárias.

Contratação de profissionais
Exige a contratação de profissionais habilitados (engenheiros ou arquitetos) para a elaboração de projetos, a supervisão e a execução das obras, garantindo a emissão de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica).

Comunicação
Determina a necessidade de informar ao síndico ou à administração do condomínio sobre a reforma, apresentando os documentos necessários, incluindo projetos, ART/RRT e cronograma de obras.

Execução
Define as boas práticas de execução das obras, incluindo a gestão de resíduos, a minimização de incômodos aos vizinhos (ruído, poeira, etc.) e a segurança do trabalho.

Finalização
Após a conclusão, deve-se realizar uma inspeção para assegurar que a obra foi executada conforme o planejado, seguindo-se a entrega de toda a documentação atualizada ao proprietário e à administração do condomínio.

A importância da Norma ⚠️

A NBR 16280 é essencial para padronizar as reformas em edificações, promovendo práticas seguras e responsáveis.

Ela ajuda a prevenir acidentes, a garantir a qualidade das intervenções e a preservar o valor patrimonial das edificações, beneficiando síndicos, condôminos e profissionais da construção civil.

É uma complexa teia de procedimentos legais, técnicos e de comunicação que exige atenção, conhecimento e habilidade. 

Da definição de procedimentos à aprovação em assembleia, da comunicação eficaz com os condôminos à contratação de profissionais qualificados…

Cada passo é crucial para garantir que as intervenções sejam realizadas de maneira segura, legal e com o mínimo de transtornos para todos os envolvidos.

Neste guia, compartilhamos com você as melhores práticas, dicas e conselhos acumulados em nossa vasta experiência na gestão de condomínios, desde orientações sobre como comunicar eficientemente as tratativas aos condôminos, até procedimentos legais e técnicos.

Então aproveite, pois este documento está repleto de informações valiosas para assegurar que suas obras e reformas sejam realizadas com sucesso e conformidade com a lei.

Prepare-se para mergulhar em um mundo de conhecimento que transformará a maneira como você encara as reformas em seu condomínio. Com a Solvit, você está em boas mãos. 😉

Vamos juntos garantir que cada projeto de obra/reforma seja um passo na realização do sonho, fortalecendo a comunidade e valorizando o seu patrimônio.

Boa leitura! 📖


Orientação e Comunicação


Uma gestão eficaz de condomínio começa com uma comunicação clara e direta, especialmente quando se trata de obras e reformas.

Esta seção irá guiá-lo através dos passos fundamentais para estabelecer uma base sólida de orientação e comunicação com os condôminos, garantindo que todos estejam alinhados e comprometidos com os procedimentos estabelecidos.

I. Definindo Procedimentos Claros para Obras e Reformas

O primeiro passo para uma gestão de reformas bem-sucedida é a criação de um conjunto claro de procedimentos que regem todas as obras dentro do condomínio. Isso não só facilita a administração das atividades de reforma mas também ajuda a evitar mal-entendidos e conflitos.

Determinar os dias e horários que são permitidos, bem como treinar o time para, por exemplo, colocar capa de proteção nos elevadores é fundamental.

Aprovação em Assembleia: Todo procedimento de reforma deve ser aprovado em assembleia. Isso assegura que todas as partes interessadas tenham voz no processo e concordem com as regras estabelecidas. A aprovação coletiva contribui para uma maior adesão às normas e um ambiente condominial harmonioso.


Atualização de Procedimentos: Se você está assumindo um condomínio já existente, verifique se os procedimentos de obras e reformas estão atualizados e em conformidade com a legislação vigente. Reformas em condomínios são frequentemente impactadas por mudanças legais, e estar em dia com estas é essencial para evitar problemas legais.

II. Comunicando Eficientemente as Tratativas de Reformas

A comunicação é a chave para manter todos os condôminos informados e engajados. Uma estratégia de comunicação eficaz deve incluir:

Comunicação Periódica: Não espere que problemas ou dúvidas surjam para então comunicar-se com os condôminos.

Estabeleça um cronograma regular de atualizações sobre o status das reformas, alterações nos procedimentos, ou lembretes importantes. Isso pode ser feito através de newsletters, e-mails,
ou um aplicativo de comunicação do condomínio.

Canais de Comunicação Claros: Certifique-se de que todos saibam como e onde encontrar informações sobre as reformas, e como eles podem expressar suas preocupações ou sugestões. Seja transparente e acessível, promovendo um diálogo aberto e construtivo.

III. Criando um Kit de Boas-vindas para Novos Condôminos

Um kit de boas-vindas não é apenas uma cortesia; é uma ferramenta estratégica de engajamento e informação. Ele deve fornecer um panorama geral do condomínio, incluindo:

Políticas de Reforma: Destaque as políticas de reforma do condomínio de forma clara e acessível. Isso ajuda a estabelecer expectativas desde o início e evita mal-entendidos futuros.

Informações Essenciais: Além das políticas de reforma, inclua informações sobre os procedimentos de emergência, contatos importantes dentro do condomínio, e quaisquer outras políticas relevantes que os novos condôminos devem conhecer.


Recursos Úteis: Forneça links ou contatos para recursos úteis, como o site do condomínio, aplicativos de comunicação, ou serviços recomendados para reformas.

Ao seguir estes passos, você não apenas facilita a gestão das reformas em seu condomínio, mas também promove um ambiente de transparência, cooperação e respeito mútuo.

Uma comunicação eficaz é o alicerce sobre o qual todas as outras atividades de gestão de condomínio devem ser construídas.

Procedimentos Legais e Técnicos para Reformas

Garantir a conformidade legal e técnica das reformas em condomínios é essencial para a segurança e o bem-estar de todos os moradores.

Esta seção aborda documentos cruciais para a legalidade das obras:

ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) e TRT (Termo de Responsabilidade Técnica), além de fornecer orientações para a contratação de engenheiros terceiros.

I. ART (Anotação de Responsabilidade Técnica)

A ART é um documento que formaliza o compromisso de um profissional ou empresa em relação à execução de obras ou prestação de serviços de engenharia, arquitetura e agronomia.

É essencial para:

  • Definir Responsabilidades: A ART estabelece, para fins legais, quem são os responsáveis técnicos por uma obra ou serviço, detalhando o escopo, os limites e as características da intervenção.
  • Garantir Segurança: Além de delinear responsabilidades, a ART assegura que a obra ou serviço siga normas técnicas, garantindo a segurança de todos os envolvidos.


Para mais informações sobre a ART, acesse o site do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

2. RRT (Registro de Responsabilidade Técnica)


Similar à ART, o RRT é específico para profissionais de arquitetura e urbanismo, evidenciando:

  • Responsabilidade Profissional: O RRT comprova que projetos, obras ou serviços técnicos possuem um responsável habilitado e em situação regular perante o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).
  • Conformidade com Normas: Este registro é uma garantia de que a intervenção segue os padrões e normas aplicáveis, protegendo tanto o contratante quanto a comunidade condominial.


Para detalhes sobre o RRT, visite o site do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU).

3. Contratação de um Engenheiro/ Arquiteto Terceiro
Nem todos os condomínios têm um engenheiro/ arquiteto residente ou um síndico com formação em engenharia. A contratação de um engenheiro terceiro, ainda que provisória, e/ou pontual é vital para:

  • Validação e Acompanhamento: Um profissional contratado avaliará a segurança, a viabilidade e a conformidade das reformas, oferecendo um olhar técnico especializado.
  • Gestão Financeira: É recomendável que o custo deste profissional seja repassado ao condômino responsável pela obra, após aprovação em assembleia. Isso assegura transparência e equidade no processo.

Como Gerenciar essa Contratação:

  • Assembleia: A contratação e os termos associados, incluindo a forma de pagamento, devem ser aprovados em assembleia, garantindo o consenso entre os condôminos.
    • Previsão orçamentária
    • Ou como preferimos (cada unidade arque com a despesa de forma individual)
  • Contrato Claro: O contrato com o profissional deve detalhar suas responsabilidades, prazos e custos, assegurando que todas as partes estejam cientes e de acordo com as condições.
    • Em muitos casos o condomínio, pelo tamanho, consegue boas negociações e descontos progressivos de acordo com o número de unidades do mesmo proprietário que fizerem obras/reformas simultaneamente


A adesão rigorosa a estes procedimentos legais e técnicos não só protege o condomínio contra riscos e responsabilidades mas também promove um ambiente de confiança e segurança entre os condôminos.

Através da compreensão e implementação dessas orientações, síndicos e gestores de condomínios podem assegurar que todas as reformas sejam realizadas de maneira responsável e conforme a legislação vigente.


Envolvimento da Comunidade Condominial

A eficácia da gestão de reformas em condomínios não se limita à implementação de procedimentos legais e técnicos; ela também depende do engajamento ativo e da colaboração de toda a comunidade condominial.

Esta seção destaca a importância desse envolvimento coletivo e fornece exemplos práticos de como ele pode contribuir para o sucesso das reformas, assegurando que sejam realizadas dentro dos limites estabelecidos.

1. A Importância do Envolvimento Comunitário

Um condomínio é mais do que um conjunto de unidades habitacionais; é uma comunidade viva, onde cada membro tem um papel decisivo na manutenção de um ambiente seguro e harmonioso.

Quando se trata de reformas, o envolvimento de todos, do síndico ao porteiro, é fundamental para:

  • Monitoramento Eficaz: A vigilância coletiva ajuda a identificar rapidamente qualquer desvio dos procedimentos aprovados, permitindo intervenções tempestivas para corrigir o curso das ações.
  • Cultura de Responsabilidade: Promover uma cultura onde cada um se sente responsável pela integridade e bem-estar da comunidade fortalece o respeito mútuo e a colaboração.

2. Vigilância Comunitária em Ação

Aqui estão alguns exemplos de como a vigilância comunitária pode ser efetivamente aplicada:

  • Síndico como Coordenador: O síndico deve liderar pelo exemplo, mantendo-se informado sobre todas as reformas em andamento, garantindo que os procedimentos estabelecidos sejam seguidos e facilitando a comunicação entre os condôminos e os profissionais envolvidos.
  • Papel do Zelador-Gestor: O zelador, ou gestor do edifício, atua como os olhos e ouvidos da comunidade, monitorando as áreas comuns e relatando qualquer irregularidade nas reformas, como a utilização indevida de espaços ou o desrespeito aos horários permitidos para obras.
  • Envolvimento dos Porteiros: Os porteiros podem monitorar a entrada e saída de materiais e profissionais, assegurando que apenas as atividades aprovadas estejam sendo realizadas. Eles são fundamentais para identificar movimentações atípicas que possam indicar desvios dos projetos de reforma aprovados.
  • Apoio dos Vizinhos: Encorajar os condôminos a comunicar observações ou preocupações sobre as reformas não apenas promove a transparência, mas também ajuda a identificar problemas potenciais antes que se tornem graves. Uma política de porta aberta para feedback contribui para uma gestão de reformas mais eficiente e inclusiva.

3. Promovendo a Cooperação

Para incentivar o envolvimento ativo da comunidade, o condomínio pode:

  • Realizar Reuniões Regulares: Espaços onde os condôminos podem discutir abertamente sobre as reformas em andamento, compartilhar preocupações e propor soluções.
    • Que são mais frequentes nos primeiros anos de vida do empreendimento, contudo tendo procedimento bem ajustado, definido pelo maior número de condôminos, desde início atenuam dores de cabeças futuras.
  • Desenvolver Canais de Comunicação Eficientes: Utilizar aplicativos de comunicação, murais de avisos e reuniões virtuais para manter todos informados e engajados.
  • Reconhecer Contribuições: Agradecer e reconhecer publicamente os membros da comunidade que contribuem significativamente para a gestão eficaz das reformas pode incentivar uma participação mais ativa.


Através do envolvimento ativo e da vigilância comunitária, um condomínio pode não apenas assegurar que as reformas sejam realizadas de forma segura e conforme o planejado, mas também promover um ambiente de apoio mútuo e respeito, essencial para a qualidade de vida de todos os condôminos.


Ao navegarmos pelos complexos mares das reformas em condomínios, vimos que a chave para uma gestão bem-sucedida reside na clareza dos procedimentos, na eficácia da comunicação e no envolvimento ativo da comunidade. 


Este guia, ofereceu uma bússola para síndicos, gestores e condôminos, apontando para práticas que asseguram que as reformas sejam realizadas de maneira harmoniosa, segura e legal.


A Solvit, como sua parceira na jornada de gestão de condomínios, está comprometida em fornecer não apenas orientações, mas também ferramentas e recursos que empoderam síndicos e comunidades a alcançar seus objetivos com confiança e competência. 


Entendemos que cada reforma é uma oportunidade para fortalecer a estrutura, a beleza e o espírito do seu condomínio, transformando desafios em realizações compartilhadas.


Não deixe que as complexidades das reformas em condomínios o sobrecarreguem. 😮‍💨 A Solvit está aqui para guiá-lo a cada passo do caminho para tornar a gestão de seu condomínio uma experiência gratificante e bem-sucedida.


Juntos, podemos transformar cada desafio em uma vitória para a sua comunidade.

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Portaria remota cresce polarizando economia de gastos do condomínio e desemprego aumenta

Substituição de porteiros ajuda a reduzir até 50% dos gastos nos condomínios, segundo associação que estima aumento de 150% na adesão de prédios à tecnologia neste ano; assunto levanta debate sobre desemprego e segurança.

As portarias remotas se tornaram uma alternativa para os condomínios que buscam reduzir despesas, principalmente com a folha de pagamento de funcionários. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Segurança Eletrônica (Abese), a substituição da mão de obra humana pela tecnologia pode diminuir 50% dos gastos. Por outro lado, a medida levanta o debate sobre a segurança nos edifícios monitorados à distância e ainda sobre o aumento do desemprego.

No edifício onde mora a arquiteta Daniella Martini, a portaria remota foi implementada no ano passado para enxugar despesas do condomínio, com saldo positivo para os moradores: 40% a menos no fim do mês.Apesar da demissão de parte dos funcionários, o edifício em Santa Cecília, na região central de São Paulo, decidiu manter um zelador e uma porteira, que ajudam no recebimento de encomendas. Mas, a partir das 18h de segunda a sexta, não há ninguém na portaria.

Para entrar em casa, Daniella usa a própria digital (que pode ser substituída por uma chave com sensor) e ainda um dispositivo para fazer a abertura da garagem. Os visitantes precisam ser comunicados ao sistema pelo morador para acessar o condomínio. Câmeras auxiliam no monitoramento à distância e, com ou sem o aparato, a vigilância é uma constante na casa da arquiteta e das filhas Júlia, 10 anos, e Cecília Martini, 14.

“Com porteiro ou câmeras, a gente tem de ficar atento. Ensino às minhas filhas a observarem se não tem ninguém parado na porta do prédio. Já precisei passar direto por uma pessoa desconhecida que julguei suspeita. Talvez uma presença física intimidasse uma possível abordagem. Acho que a gente tem que ficar mais ligado, sim, com esse sistema de portaria virtual”, opina.

A segurança é, por outro lado, apontado como o principal benefício do serviço à distância, segundo Odília de Oliveira, diretora comercial da OP Monitoramento. “A liberação só acontece mediante a autorização do morador. Não importa se é mãe, pai ou filho. Pedimos foto e documentos para o nosso sistema realizar o cadastro”, garante.

No combo, vem a redução de custos para os condomínios. “A gente gera uma economia de 50% a 70% na folha de pagamento. Você não tem mais ação trabalhista ou alguém sendo pago para dormir no condomínio, e com adicional noturno. O condomínio passa a ter um atendimento profissional. Não mecânico, profissional”, diz Odília.

Um dos planos mais completos da OP Monitoramento, que inclui câmera, biometriae sensores de porta, custa R$ 5 mil por mês. A implantação tem uma taxa extra, que pode ser parcelada em até 12 meses e garante ao condomínio a posse dos equipamentos.

Segundo Odília, não há registro na empresa de condomínio que voltou à portaria tradicional. “Temos uma equipe de 22 operadores, capazes de monitorar de cinco a oito condomínios. E a demanda só cresce. Nós sempre precisamos contratar mais gente.”

Tendência digital versus desemprego

O edifício de Daniella Martini está entre os 300 mil condomínios do Brasil que já adotaram a vigilância eletrônica – 1% do total de prédios. Apesar de ser um porcentual baixo, ele é crescente, diz a Abese, que estima aumento de 150% na adoção da portaria remota para este ano.

“Os custos eram muito elevados, mas, a partir de 2017, as empresas de segurança eletrônica e startups trouxeram novidades e soluções. Os preços se tornaram mais acessíveis e os produtos, de melhor qualidade. Isso provocou um boom”, explica Selma Migliori, presidente da associação.

Para enfrentar problemas como a falta de energia elétrica e a ausência de funcionário para o recebimento de entregas, a Abese está compilando até dezembro um manual de conduta destinado às empresas de segurança, com o objetivo de alertar síndicos e moradores sobre itens que devem ser considerados na hora de escolher a prestadora de serviço. Entre as recomendações está a manutenção de ao menos um zelador para as áreas comuns e até um gerador.

Os funcionários a serem dispensados, por outro lado, engrossariam a fila do desemprego, que chega a 12,8 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Paulo Ferrari, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo (Sindifícios), o número só tende a crescer com a instalação massiva das portarias remotas.

“Em alguns casos, praticamente todo o quadro de porteiros é desligado, desde o funcionário que chega pela manhã até o da noite. O desemprego é real, já é uma fatalidade, uma coisa concreta, e tende a piorar.”

Além do desemprego, diz Ferrari, a substituição da mão de obra humana pela vigilância eletrônica traz desvantagens para o condômino, a começar pela burocracia na hora de receber uma visita ou até de uma emergência de saúde. “Se um pessoa está no elevador e passa mal, até chegar alguém para socorrer muito tempo já foi perdido. Se uma ambulância estiver vindo resgatar alguém e a empresa não reconhecer esse profissional e autorizar a entrada, como faz?”, questiona ele, que já foi zelador de condomínios.

Por ter vivido na pele o dia a dia da portaria, ressalta que profissionais humanosreconhecem os hábitos das famílias e cativam com eficiência o público mais velho. “Para baixar o custo do condomínio, não precisa cortar o salário do empregado. Tem muita coisa que pode diminuir, é só ter vontade”, defende.

Fonte: Estadão

Vacina gera confusão em condomínio de SP

Moradores de um condomínio na Vila Sônia (zona oeste) se revoltaram na tarde desta sexta-feira (23) depois que uma enfermeira da UBS Jardim Jaqueline interrompeu a vacinação contra sarampo que estava sendo realizada no local e foi embora, pois não havia dose para todos.

Segundo moradores, a confusão começou depois que vizinhos descobriram que a vacinação estava sendo realizada em apenas uma das quatro torres do condomínio Solar de Amigos. O bloqueio estava sendo realizado porque há um caso suspeito de sarampo na torre São Marcos, e somente os moradores desta torre foram chamados.

A professora Lucia Helena Leonardo, 50 anos, disse que soube da vacinação no condomínio por uma vizinha e, como não havia sido comunicada da campanha, ligou na administração, que avisou que era somente para moradores da torre São Marcos. “Quando eu cheguei a confusão já estava formada. A mulher da UBS estava recolhendo as coisas dela para ir embora porque não tinha vacina pra todo mundo”, afirmou Lucia.

A professora disse que tentou argumentar sobre a necessidade de vacinar todos os moradores, uma vez que existem as áreas comuns do condomínio. Mas não adiantou.

“Se é para vacinar, tem que vacinar todo mundo e não uma só torre. A mulher acabou indo embora e eu fiquei sem vacina”, disse a professora.

Resposta

A Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), disse que realizou o vacinação em uma das torres do condomínio Solar de Amigos de acordo com o protocolo municipal de imunização. Segundo a pasta, a avaliação e conduta para ações de bloqueio diferem caso a caso considerando o histórico do paciente.

A secretaria lamentou que profissionais da saúde tenham sido submetidos a constrangimento.A administração do condomínio disse que não houve hostilidade por parte dos moradores e que vai solicitar a realização de nova campanha de vacinação.

Fonte: Folha de São Paulo