A boa comunicação do síndico em tempos de coronavírus

Saber se comunicar evita conflitos. Advogado dá sugestão valiosa que serve para qualquer situação

Por Márcio Spimpolo*

“Nunca antes na história da humanidade”, algo colocou tanto à prova a capacidade de gestão de um síndico do que a pandemia COVID-19.

Dentro do contexto em que estamos vivendo, o síndico teve de pensar em como lidar com a repercussão dos vários decretos locais e estaduais, além das recomendações de distanciamento social, de isolamento e de quarentena, feitas pelo Ministério da Saúde. 

“Fecho ou não fecho as áreas comuns?”, “Posso deixar algumas abertas?”, “Posso escalonar o uso de algumas?”, “Posso proibir obras?”, “Posso proibir mudanças?”, “Posso avisar aos moradores que no condomínio há um ou mais suspeitos de contaminação?”, e muitas outras perguntas. 

Pode parecer fácil responder a estas questões, mas não é. É preciso que o bom gestor se certifique de tudo o que está envolvido em cada uma delas e somente depois deve responder ou tomar a atitude mais acertada. 

trabalho do síndico não é o de somente baixar decretos dentro do condomínio, como se ele estivesse acima do bem e do mal. Infelizmente, alguns colegas advogados têm contribuído para algumas arbitrariedades e colocado a “capa do Batman” em alguns síndicos “Coringas”, dando a eles a certeza de que podem fazer “o que” e “como” quiserem dentro do condomínio, que estarão protegidos por decretos governamentais. E isto não é verdade!

É preciso que nós, os que temos alguma especialidade na área, coloquemos limites, bom senso e equilíbrio na cabeça do síndico para que as decisões dele não levem mais problemas aos moradores do que eles já têm em decorrência dessa pandemia. 

Além disso, uma palavra ou informação mal colocada pode causar um levante desnecessário no condomínio, e isto é o que o síndico menos deveria querer neste momento.

E é nesse ponto que entra o assunto principal desse artigo – o da boa comunicação. Esta é uma das maiores qualidades que um bom gestor deve ter mesmo antes de surgirem as dificuldades.

O que tenho pregado constantemente desde o início da minha história em condomínios é que o síndico deve ser alguém capaz de antever problemas para depois, se surgirem, cuidar corretamente deles. É muito mais fácil trabalhar na prevenção dos conflitos e dos problemas do que na resolução depois que eles surgem.

Palestrando pelo país afora e conversando com diversos tipos de moradores, inclusive fora do país, a maior queixa que ouço é de que “o síndico não sabe se comunicar”. Este é realmente um dos maiores pecados de um síndico.

A comunicação regular e correta é essencial para, além de se prevenir conflitos, conseguir executar um bom planejamento. Quando o síndico “fala” e “ouve” sem muitos ruídos, ele consegue, em resultado disso, criar vacinas eficazes para uso imediato e futuro.

Neste contexto, é bom que nos lembremos sempre de uma frase de Sun Tzu, do livro “A Arte da Guerra”“Aquele que se empenha a resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam”. É nessa hora, então, que se revela quem é o simples representante do condomínio e quem é o seu verdadeiro gestor.

Como pode o síndico, então, se comunicar bem e corretamente no seu condomínio, para levar algum refrigério aos moradores, em especial nessa época difícil em que vivemos?

modo de falar (verbal ou escrita) muitas vezes tem efeito muito melhor do que a informação propriamente dita.

Por exemplo, no início do artigo colocamos algumas situações que todos os síndicos estão enfrentando hoje. Se ele decidir fechar as áreas comuns ou parte delas, qual seria o melhor modo de se comunicar com os moradores a fim de não gerar mais conflitos? 

Veja uma sugestão para este caso e que poderá servir de exemplo para qualquer outro:

“Prezados moradores, gostaríamos de informar que, em decorrência dos Decretos Municipal e Estadual, bem como das recomendações do Ministério da Saúde, nos reunimos com toda a administração e, em conjunto, decidimos priorizar a saúde de todas as famílias do condomínio, por fechar o acesso às áreas de lazer do condomínio, a fim de se evitar aglomerações. A decisão não foi fácil, tendo em vista que muitos terão de encontrar meios para distrair as crianças, e para lidar emocionalmente com o confinamento que a situação nos impõe. Pedimos a colaboração e a compreensão de todos, certos de que em breve poderemos voltar a usufruir do convívio com todos.”

Na sugestão vimos que o ideal é falar na terceira pessoa em vez de na primeira, e levar em conta os sentimentos de todos que receberão o comunicado.

Nessa esteira, o escritor Tony Robbins diz que “Para nos comunicar com eficiência, temos que reconhecer que somos todos diferentes na forma como percebemos o mundo e utilizar esta compreensão como um guia para nossa comunicação com os outros.” 

Diante disso, embora não haja uma receita pronta para todos, é essencial que o síndico dedique parte do seu tempo toda semana para se comunicar com os moradores do seu condomínio. Uma grande ajuda para isso são as ferramentas eletrônicas, como o site da administradora e outros aplicativos para celular.

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Ao fazer isso, o síndico estará contribuindo para uma vida mais suave e sem muitos conflitos até que consigamos retornar à nossa vida ‘normal’ dentro dos condomínios.

FONTE: SINDICONET

Aumento de casos de dengue alerta os síndicos e moradores sobre os cuidados nos condomínios

O período de quarentena aumentou ainda mais os focos do mosquito da dengue em Balneário Camboriú, que ultrapassa os 500, batendo o recorde em relação ao ano passado, e trazendo um alerta para toda a comunidade, para que continuem fazendo o controle e limpeza dos locais que possam abrigar criadouros do mosquito.

Em especial nos condomínios os cuidados devem ser em relação as piscinas que devem ser tratadas com produtos adequados, ralos de apartamentos principalmente os de veraneio, caixas d’água e cisternas, calhas, áreas comuns, além de outros ambientes que possam conter água acumulada. Segundo a Diretora da Vigilância Ambiental de Balneário Camboriú, Eliane Guedes Casatti, “no início na pandemia houve uma dificuldade dos agentes fiscalizarem as residências, comércio, escolas e condomínios. E com o fechamento desses imóveis, paralização de obras e falta de pessoal para a limpeza, ocorreu a proliferação da fêmea do Aedes Aegypti que é o mosquito da dengue”.

Para o especialista em tratamento de piscinas e proprietário da empresa Pool Piscinas, Anderson Rodrigues, “a maioria dos síndicos compreenderam que as piscinas precisam de cuidados durante todo o ano, através do tratamento da água, das bombas, filtros, rejuntes, escovação das bordas, e outros serviços que garantem a qualidade da água, vida útil das piscinas e evitam a proliferação do mosquito da dengue e surgimento de algas.

Muitas piscinas são feitas de pastilhas e o cálcio da dureza química, quando aplicado na medida certa por especialistas em tratamento de piscinas, fortalece o rejunte evitando que as pastilhas caiam. Anderson explicou que a casa de máquina da piscina não pode parar e a manutenção engloba garantir esses equipamentos em bom funcionamento. Também duas vezes por semana é importante que se faça a retrolavagem nos filtros de areia, pois é ali que armazena as bactérias que caem na água. Esses filtros também devem ser trocados no mínimo 1 vez por ano.

Para Eliane Casati outro problema comum que contribui ainda mais para a proliferação do mosquito da dengue é a falta de cuidados e limpeza das caixas d’água e cisternas, principalmente as que armazenam a água da chuva. Acaba ficando aberturas e com a falta do tratamento desta água, o local é perfeito para a fêmea do mosquito. “Recebemos muitas denúncias também de piscinas de apartamentos, onde não está sendo feito o tratamento correto, e esses proprietários precisam se conscientizar de que podem estar contribuindo para o surgimento de mais criadouros onde os agentes ambientais nem conseguem fiscalizar”, destacou Eliane.

Também estão sendo encontradas larvas do mosquito em banheiros que não estão sendo usados, em especial de apartamentos de temporada, uma vez que as janelas desses banheiros geralmente ficam um pouco abertas. Neste caso o alerta é feito aos zeladores ou síndicos que entram em contato com os proprietários. 

FONTE: Condomeeting